diário de bordo da nau dos insensatos
um guia de sobrevivencia na selva
sexta-feira, 3 de março de 2017
um bloco de granito compacto e duro e vc tem apenas um pequeno martelo e uma talhadeira para quebra-lo...tarefa difícil..vc olha de todos os lados procurando uma pequena brecha onde possa encaixar o cinzel para poder iniciar. Uma trinca, por menor que seja... por onde entre a ponta da ferramenta. Nada...o monólito é totalmente compacto, impenetrável: desse modo exatamente como me sinto em "debates" online..o melhor argumento que possa ter é como o formão que nada pode contra o cérebro petrificado dos debatedores.
quinta-feira, 5 de março de 2015
mundo paralelo
nos quadrinhos do super homem tem uma versão do herói que vive em um mundo paralelo e é conhecido como o Super-Homem bizarro. Esse estranho herói faz as mesmas coisas que o outro, do "nosso mundo", mas em sua terra tudo é um pouco diferente e as vezes é invertido...ao contrario mesmo do que seria na terra; pra mim, desde a infância, que já vai longe, o país do bizarro era aqui, onde quase tudo é ao contrario...onde policia tem de fugir do bandido, rato persegue o gato, corrupto não pode ser punido e tem de respeitado..e por aí vai. Lugar esquisito esse..muito esquisito.
quarta-feira, 4 de março de 2015
assim nasceu o Brasil...
"Ninguém vai ao pai senão por mim"..pronto; tava inventado o intermediário, o trafico de interesses, a burocracia, o despachante, o "por fora", a caixinha, o jeitinho brasileiro, a pouca vergonha e a lambança afinal..
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
The Americans
Dá pra ver claramente pq as
séries substituíram os filmes no campo do áudio visual de entretenimento, com
mais criatividade, consistência e densidade..até pq os recursos claramente
migraram da produções da tela grande para as telas menores da sala das pessoas.
Como sair a rua - pra ir ao cinema - em quase todo o mundo se
tornou quase tão perigoso como as estripulias que se vê na tela nos filmes de
ação, e a tecnologia avançou o suficiente para que a experiência doméstica se
tornasse melhor e mais confortável, isso foi um caminho natural, e tende a se
acentuar.
Uma das inúmeras vantagens das
séries sobre os filmes, entre outras, é o modo como é possível desenvolver
melhor as tramas, construir personagens, diálogos coerentes e corrigir
problemas de roteiro ao longo do tempo de exibição. Sem falar em questões mais
sutis da psicologia do espectador que, ao receber as pessoas/personagens todos
os dias em sua sala de estar cria com
elas um vínculo afetivo e de identidade quase tão significativo, as vezes até
mais, que com as de carne e osso de seu cotidiano. Se isso é bom ou ruim? Que
sei eu dessas coisas?? Ao menos o pior dos psicopatas da TV não vai te abater a
machadadas no meio da madrugada como frequentemente faz o adolescente que antes
foi uma criança adotada com as maiores expectativas por pessoas que desistiram
dos cães e gatos.
Uma das últimas dessas que pegou
foi a do titulo acima. Um primor de construção dramática que consegue tratar todas
as nuances de um dos aspectos mais obscuros da guerra fria. O trabalho e a vida
de um casal de espiões soviéticos vivendo nos subúrbios de Washington, nos anos
80, logo depois da eleição de Ronald Reagan para a presidência dos EUA. Como se
sabe a intransigência e empenho de Reagan no combate ao comunismo, mais a
colaboração de Margaret Tatcher no Reino Unido e o João Paulo II no Vaticano,
foram decisivos para os últimos pregos no caixão do comunismo soviético, que
por si só já fazia água por todos os lados. Mas não preciso aqui fazer uma
sinopse detalhada do enredo, afinal o Google está aí pra isso, pra quem se
interessar.
Tão interessante como a mecânica mesmo
do trabalho de espiões é o desenvolvimento psicológico dos elementos
envolvidos, com destaque para o casal protagonista.
É intrigante como pessoas inteligentes
cosmopolitas e instruídas pudessem comprometer sua existência e dos que amam
com ações tão arriscadas e sem propósito. E essa afirmação é claramente
corroborada pela historia recente se vc pensar como a URSS, o que parecia o
mais poderoso e sólido império moderno, vira pó de traque de um dia pro outro,
sem mesmo a previsão dos serviços de inteligência mais ativos e eficazes do
mundo. E no caso da principal corporação dos espiões soviéticos, a KGB, ou
Comissariado para Proteção do Estado, considerado a mais eficaz e ativa das agencias
do gênero, só prova que espionagem não serve pra quase nada.
É um desses projetos absurdos,
dolorosos para os que se envolvem, cruéis com os que são pegos em sua
engrenagem e inúteis em seus propósitos... Assim como a construção de pirâmides
ou sacrifícios humanos a alguma divindade das colheitas e bom tempo.
No caso da URSS, o campo de
recrutamento de agentes dispostos a acreditar em qualquer coisa dita por seus
chefes, era abundante, como forma de escapar ao dia a dia opressivo e
modorrento da burocracia estatal e pelo imenso contingente de crianças órfãs resultantes
dos 26 milhões de mortos na segunda grande guerra (nunca foi mundial) ou Grande
Guerra Patriótica como eles dizem. Essas crianças, de onde saiu a maior parte
do contingente de espiões e agentes de inteligência, não tinham qualquer outra
fonte de orientação de vida que não aquela fornecida pelo estado, que no fim,
podia dispor de suas vidas e esculpir suas consciências como quisesse.
E a fina ironia, como quando, quando se vê a mãe zelosa, que passa os dias
matando sem piscar, torturando, mentindo, praticando toda sorte de perversão
sexual, chantageando e enganando em nome de sua causa, quando chega em casa se
horroriza ao descobrir que a filha está...lendo a Bíblia. Fazendo um honesto discurso
sobre sinceridade, confiança e alertando sobre os perigos da religião, sendo
ela mesma discípula de uma perversa seita pagã, baseada em fantasias humanas de
igualdade e progresso social, mas que na pratica só serviam aos propósitos de grupos de poder e a soberba de uma casta de
burocratas indiferentes às reais condições da vida do povo.
É uma fina e sagaz incursão pelos
meandros da loucura e insensatez do exercício do poder a qualquer custo, e de
como isso age na vida das pessoas envolvidas. É político e humano até o limite,
com níveis de leitura que se superpõe, onde reflexão e diversão estão juntas de
modo equilibrado e homogêneo. Ótimo entretenimento.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Imaginar uma democracia que funcione em nosso país é o mesmo que supor um sistema de auto gestão bem sucedido no...hospício.
e cá entre nós, essa imagem tem muito mais de literal que de metáfora...não se iludam.
Ah sim, antes que perguntem: ditadura tb não dá certo.
Como sei que vão exigir que me explique melhor - e depois vão pedir que explique a explicação, diria que um de nosso vícios mentais mais desastrosos é um ranço positivista, grosso modo resumido assim: se fizermos tudo direitinho, com educação, lendo os livros e nos educando, criando um monte de leis e votando de tempos em tempos um dia as coisas vão dar certo. Não vão. Melhor ter um bom plano de fuga pq os loucos estão agitados...
e cá entre nós, essa imagem tem muito mais de literal que de metáfora...não se iludam.
Ah sim, antes que perguntem: ditadura tb não dá certo.
Como sei que vão exigir que me explique melhor - e depois vão pedir que explique a explicação, diria que um de nosso vícios mentais mais desastrosos é um ranço positivista, grosso modo resumido assim: se fizermos tudo direitinho, com educação, lendo os livros e nos educando, criando um monte de leis e votando de tempos em tempos um dia as coisas vão dar certo. Não vão. Melhor ter um bom plano de fuga pq os loucos estão agitados...
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
solidão...
de bobeira no meio da tarde, me pego prestando atenção nos diálogos de "Além da Linha Vermelha" de Terence Malik...
soldado sonso puxando assunto:
-sargento, (personagem esquisitão - podia ser de outro modo? - do Sean Penn), vc sente solidão?
sargento Sean Penn:
-só quando tem gente por perto...
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