Devo dizer logo de cara para não deixar duvidas de qualquer espécie: essa é a melhor série de TV em tempos recentes (tempos que tem se destacado por excelentes séries televisivas – o capital financeiro e criativo tradicionalmente investido nos filmes parece estar se deslocando para esse ramo do entretenimento áudio visual) para o meu gosto particular. Uma jovem senhorita de trinta e poucos, desempregada, completamente amalucada, com um senso de humor ultrajante, desbocada e sem limites, que enfatiza – para debochar – seu judaísmo e do vitimismo spilberguiano que normalmente acompanha o tema. Sem nenhuma preocupação com a moral e os bons costumes. E melhor ainda, sem nenhum compromisso com o “bom gosto” ou o politicamente correto, ou correção de qualquer tipo;
Tipo um Woody Allen sem a pretensão intelectual e infinitamente mais radical em sua visão ácida e corrosiva, sem a “crítica construtiva” (como os Simpsons) e sem boas intenções de qualquer tipo.. Mais para os Marx Brothers só para ficar na riquíssima tradição de comediantes judeu-americanos... E muito, muito engraçada.
A série só durou 3 temporadas, ao menos no que passou na TV ou encontro na Net pra ver, e acho que foi muito, pelo radicalismo surrealista, quase dadaísta com que é escrita e interpretada pela protagonista homônima e sua irmã Laura. Longa vida pras duas.
Impossivel não ligar o que fazem ao ambiente dos cabarés na Alemanha dos anos 20/30 do século passado, onde a inventividade, ousadia existencial e experimentalismo em musica (Brecht e Kurt Weill) e teatro deu pretexto – como se precisassem disso – aos nazistas para reclamar de uma “decadência e corrupção” com que os judeus contaminavam a juventude ariana do país. Não deixa de ser curioso que hoje em dia, os tempos cínicos e desprovidos de parâmetro moralizante, onde, por exemplo, o crime organizado se entranhou de vez na vida cotidiana que é impossível distinguir a ação corporativa “legitima” do gangsterismo mafioso de outros tempos, tudo passe despercebido e se confunda na paisagem geral da diversão descomprometida. Nada ofende aos conservadores que aceitam tudo pq sabem que nada vai perturbar seus ganhos e status. Como costumo dizer: tempos estranhos esses.
Tipo um Woody Allen sem a pretensão intelectual e infinitamente mais radical em sua visão ácida e corrosiva, sem a “crítica construtiva” (como os Simpsons) e sem boas intenções de qualquer tipo.. Mais para os Marx Brothers só para ficar na riquíssima tradição de comediantes judeu-americanos... E muito, muito engraçada.
A série só durou 3 temporadas, ao menos no que passou na TV ou encontro na Net pra ver, e acho que foi muito, pelo radicalismo surrealista, quase dadaísta com que é escrita e interpretada pela protagonista homônima e sua irmã Laura. Longa vida pras duas.
Impossivel não ligar o que fazem ao ambiente dos cabarés na Alemanha dos anos 20/30 do século passado, onde a inventividade, ousadia existencial e experimentalismo em musica (Brecht e Kurt Weill) e teatro deu pretexto – como se precisassem disso – aos nazistas para reclamar de uma “decadência e corrupção” com que os judeus contaminavam a juventude ariana do país. Não deixa de ser curioso que hoje em dia, os tempos cínicos e desprovidos de parâmetro moralizante, onde, por exemplo, o crime organizado se entranhou de vez na vida cotidiana que é impossível distinguir a ação corporativa “legitima” do gangsterismo mafioso de outros tempos, tudo passe despercebido e se confunda na paisagem geral da diversão descomprometida. Nada ofende aos conservadores que aceitam tudo pq sabem que nada vai perturbar seus ganhos e status. Como costumo dizer: tempos estranhos esses.
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