domingo, 13 de dezembro de 2009

O Retrato de Dorian Gray


Algo que se pode dizer dos dias de hoje sem medo de errar é que são tempos cínicos e confusos. Sem categorias morais nítidas e valores definidos nem aceitos de modo mais ou menos universal. Isso pode não ser uma coisa ruim por si mesma. Pode ser uma transição para tempos mais livres, de maior responsabilidade individual, mais existencialista e menos institucional/normativo. Pode ser, mas não sei. Isso vem a propósito de experiência recente.
Depois de longa data por acaso, revi alguém que já teve importância em minha vida afetivo-sexual. Já a tinha visto outras tantas vezes depois do rompimento e o processo de transformação por que ela passava já era visível, mas eu não sabia definir do que se tratava. Podia ser mesmo somente o efeito dos anos, da vida, dos dissabores a que estamos todos sujeitos. Mas agora não, agora ficou claro que se trata mesmo de algo mais sinistro, como uma transfiguração física, no corpo, no rosto, de uma certa corrupção da alma que transborda para a fisionomia. Isso se vê com certa freqüência em figuras publicas que se entregam a devassidão privada. Espero não estar ficando moralista ou piegas com o tempo. Mas sexo sem amor pode ser muito perigoso. Não se pode prescindir de certa pureza de intenções e sentimentos.

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