Mesmo num mundo onde George W. Bush, Fernando Collor, Silvio Berlusconi e assemelhados podem ser presidentes de um país, a prisão de Roman Polanski na Suíça, a pedido dos americanos, onde ainda se encontra, por ter supostamente, há quase 40 atrás, cedido aos encantos de uma Lolita, que hoje, casada e mãe de filhos, tudo que deseja, em suas próprias palavras, é que esqueçam do assunto, soava como um absurdo além dos generosos padrões de surrealismo do mundo atual e pedia explicação mais convincente. E a ninfeta nem era mais virgem ao tempo dos eventos libidinosos.
Agora, pelo preço de um ingresso de cinema pode-se ter essa explicação de modo mais que satisfatório, bastando para isso que se vá assistir ao filme que diretor terminou já na prisão – O Escritor Fantasma – e que contém, em seu enredo, de modo explicito, a tese que o ex primeiro ministro britânico Tony Blair, também conhecido na imprensa inglesa como “o cachorrinho de Bush”, e senhora, não passavam de funcionários da “Companhia”, na folha de pagamento do governo americano como agentes “undercover”, infiltrados, no governo da reino unido para servir aos propósitos imperiais da única superpotência remanescente no mundo, fazendo o serviço sujo na guerra do Iraque principalmente. Como qualquer “gauleiter”, fantoche, nos governos de republiquetas sul americanas, africanas ou asiáticas.
O Tony Blair do filme se chama Adam Lang, e é feito por um Pierce Brosnan sob medida, numa escolha de fina ironia, por ter sido um dos últimos 007 do cinema, o agente secreto de sua majestade que personificava o ultimo motivo de orgulho viril do desdentado Leão Britânico, em sua sanha de varão hiperativo, talvez para compensar, no imaginário universal, a crença no escasso interesse dos ingleses pelas atividades da alcova. Ao menos quando essas atividades envolvem membros do sexo oposto.
Qualquer um que já viu o Pet de Bush, no papel de primeiro ministro, na TV, não tem dúvida que ele precisava de orientação externa para amarrar o sapato ou qualquer outra tarefa de igual complexidade. Enfim, isso – o filme - deve ter soado aos ouvidos – e olhos- dos súditos de sua majestade, como um insulto intolerável, e os americanos apesar, de certamente terem achado uma piada divertida, não podiam se omitir de ajudar o aliado de primeira hora, em todas suas estripulias bélicas, cobrando do governo Suíço o encarceramento do famigerado cineasta. Com quem, convenientemente, já tinham contas a acertar por sua independência, ousadia, pouca vergonha e safadeza.
Isso só reforça a tese que o governo e mídia americanos nunca toleraram a trinca de realizadores, integrada por judeus, baixinhos e abusados, subversivos, provocadores, e muito talentosos, formado por Chaplin, Woody Allen e Roman Polanski. Além do gênio mais que evidente, e empatia com um certo publico letrado – em geral não americano – dividiam também a incontida preferência por mulheres muito jovens, o que na sociedade puritana e hipócrita, que construíram na América do Norte, onde quase sempre a violência exacerbada e nauseante nos filmes substituiu o sexo, e o único instrumento fálico que admitem na tela é uma arma fumegante.
De modo que, sem metáforas, essa violência se reflete de modo simétrico no mundo real, e é imperdoável quem prefere o amor à morte, fornecendo o pretexto mais que suficiente para a retaliação que tarda mas não falha. Woody Allen quase teve a carreira arruinada quando se casou com a jovem enteada vietnamita de sua ex-mulher, Mia Farrow, há alguns anos, e Charles Chaplin, o grande e imortal Carlitos, foi impedido de desembarcar em solo americano – sob pretexto idêntico - depois de uma viagem a Europa, e acabou, findando seus dias no exílio...onde? Na Suíça, claro.
Dos três, o único que ainda não sentiu o peso do braço vingativo de Tio Sam em toda sua fúria – até por ser o menos explicitamente político dos três – foi Woody Allen, mas já sentiu, sem duvida, a rarefação da atmosfera de trabalho, na dificuldade de financiar seus projetos em solo americano, na justa medida que aumenta seu prestigio no exterior, onde tem filmado intensamente, a convite de governos e produtores independentes. Mas tem de ficar esperto para não dar pretexto para uma ação mais enérgica, com a CIA, o FBI, os “county sheriffs”,e os Marines em seu encalço por qualquer infração de transito, ou atraso no pagamento da conta de luz.
Agora, pelo preço de um ingresso de cinema pode-se ter essa explicação de modo mais que satisfatório, bastando para isso que se vá assistir ao filme que diretor terminou já na prisão – O Escritor Fantasma – e que contém, em seu enredo, de modo explicito, a tese que o ex primeiro ministro britânico Tony Blair, também conhecido na imprensa inglesa como “o cachorrinho de Bush”, e senhora, não passavam de funcionários da “Companhia”, na folha de pagamento do governo americano como agentes “undercover”, infiltrados, no governo da reino unido para servir aos propósitos imperiais da única superpotência remanescente no mundo, fazendo o serviço sujo na guerra do Iraque principalmente. Como qualquer “gauleiter”, fantoche, nos governos de republiquetas sul americanas, africanas ou asiáticas.
O Tony Blair do filme se chama Adam Lang, e é feito por um Pierce Brosnan sob medida, numa escolha de fina ironia, por ter sido um dos últimos 007 do cinema, o agente secreto de sua majestade que personificava o ultimo motivo de orgulho viril do desdentado Leão Britânico, em sua sanha de varão hiperativo, talvez para compensar, no imaginário universal, a crença no escasso interesse dos ingleses pelas atividades da alcova. Ao menos quando essas atividades envolvem membros do sexo oposto.
Qualquer um que já viu o Pet de Bush, no papel de primeiro ministro, na TV, não tem dúvida que ele precisava de orientação externa para amarrar o sapato ou qualquer outra tarefa de igual complexidade. Enfim, isso – o filme - deve ter soado aos ouvidos – e olhos- dos súditos de sua majestade, como um insulto intolerável, e os americanos apesar, de certamente terem achado uma piada divertida, não podiam se omitir de ajudar o aliado de primeira hora, em todas suas estripulias bélicas, cobrando do governo Suíço o encarceramento do famigerado cineasta. Com quem, convenientemente, já tinham contas a acertar por sua independência, ousadia, pouca vergonha e safadeza.
Isso só reforça a tese que o governo e mídia americanos nunca toleraram a trinca de realizadores, integrada por judeus, baixinhos e abusados, subversivos, provocadores, e muito talentosos, formado por Chaplin, Woody Allen e Roman Polanski. Além do gênio mais que evidente, e empatia com um certo publico letrado – em geral não americano – dividiam também a incontida preferência por mulheres muito jovens, o que na sociedade puritana e hipócrita, que construíram na América do Norte, onde quase sempre a violência exacerbada e nauseante nos filmes substituiu o sexo, e o único instrumento fálico que admitem na tela é uma arma fumegante.
De modo que, sem metáforas, essa violência se reflete de modo simétrico no mundo real, e é imperdoável quem prefere o amor à morte, fornecendo o pretexto mais que suficiente para a retaliação que tarda mas não falha. Woody Allen quase teve a carreira arruinada quando se casou com a jovem enteada vietnamita de sua ex-mulher, Mia Farrow, há alguns anos, e Charles Chaplin, o grande e imortal Carlitos, foi impedido de desembarcar em solo americano – sob pretexto idêntico - depois de uma viagem a Europa, e acabou, findando seus dias no exílio...onde? Na Suíça, claro.
Dos três, o único que ainda não sentiu o peso do braço vingativo de Tio Sam em toda sua fúria – até por ser o menos explicitamente político dos três – foi Woody Allen, mas já sentiu, sem duvida, a rarefação da atmosfera de trabalho, na dificuldade de financiar seus projetos em solo americano, na justa medida que aumenta seu prestigio no exterior, onde tem filmado intensamente, a convite de governos e produtores independentes. Mas tem de ficar esperto para não dar pretexto para uma ação mais enérgica, com a CIA, o FBI, os “county sheriffs”,e os Marines em seu encalço por qualquer infração de transito, ou atraso no pagamento da conta de luz.
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